Segurança - Antidrones (tá simplorio demais)
Empresas criam 'arsenal' contra drones bisbilhoteiros
Armas incluem desde aves de rapina a bazucas que disparam gás até dispositivos que usam radiofrequência para controlar drones.
SkyDroner, dispositivo que usa radiofrequência para acompanhar e
controlar drones, criado pela TeleRadio, de Cingapura. (Foto: Edgar
Su/Reuters)
Uma explosão nas vendas de drones tem incentivado a criação de uma
série de empresas de tecnologias voltadas a tirar do ar os veículos que
voem onde não deveriam.
Dezenas de empresas iniciantes estão desenvolvendo técnicas, que vão
desde uso de aves de rapina a disparos de gás por meio de bazucas, para
tirar do ar drones que estejam transportando drogas e bombas ou que
estejam espionando linhas inimigas ou incomodando áreas públicas.
A corrida armamentícia contra os drones é alimentada pela lentidão de governos na regulamentação destes veículos aéreos.
Na Austrália, por exemplo, diferentes agências regulam drones e
tecnologias de combate a eles. "Há questões sobre privacidade ao se
pilotar uma aeronave remotamente, mas o papel da Autoridade de Segurança
na Aviação Civil (Casa, na sigla em inglês) está restrita à segurança. A
privacidade não é nossa atribuição", informou a agência.
"Há um pouco do fator medo nesta questão", disse Kyle Landry, analista
da Lux Research. "O alto volume de drones e regulamentações que não
conseguem acompanhar o ritmo criam necessidade de uma tecnologia contra
drones", afirmou.
O mercado de drones de consumo deve representar US$ 5 bilhões até 2021,
segundo a empresa de pesquisa Tractica. Um drone nos Estados Unidos
custa, em média, mais de US$ 500 e tem uma série de recursos desde
câmeras de alta definição e posicionamento por satélite.
Autoridades australianas relaxaram a regulamentação sobre drones em
setembro, permitindo que qualquer um opere equipamentos que pesem até 2
kg sem treinamento, seguro, registro ou certificação. Pelo mundo,
milhões de consumidores estão operando drones sofisticados, incluindo
traficantes de drogas, quadrilhas de criminosos e insurgentes.
Drones estão sendo usados para transportar celulares, drogas e armas
para prisões, o que já chegou a criar rebelião em um caso. Um diretor de
prisão dos Estados Unidos tem uma prateleira cheia de drones
confiscados pelos guardas.
Grupos armados no Iraque, Ucrânia, Síria e Turquia estão cada vez mais
usando drones de varejo de consumo para reconhecimento ou como
dispositivos para transporte de bombas, afirma Nic Jenzen-Jones, diretor
de Serviços de Pesquisa de Armamentos, uma consultoria sobre armas.
Em outubro, um drone equipado com uma bomba
e lançado por militantes do Estado Islâmico matou dois combatentes
Peshmerga curdos e feriu dois soldados franceses perto de Mosul.
Combate
A polícia nacional da Holanda recentemente adquiriu várias aves de
rapina de uma empresa iniciante chamada Guard From Above para derrubar
drones indesejados do céu, afirmou o presidente-executivo da companhia,
Sjoerd Hoogendoorn.
Outras táticas incluem ataques por drones maiores ou mesmo por armas
que disparam uma rede e um paraquedas por meio de gás comprimido. A
alemã DeDrone optou por uma técnica menos intrusiva ao usar uma
combinação de sensores - câmera, acústica, detectores de sinal WiFi e
scanners de radiofrequência - para monitorar drones em áreas
específicas.
Outras empresas, entretanto, estão se concentrando em invadir
protocolos de transmissão de dados via rádio usados para controlar a
direção de drones para assumir o comando deles e impedir a transmissão
de vídeo. Engenheiros da TeleRadio, de Cingapura, estão usando
radiofrequência no dispositivo SkyDroner para acompanhar e controlar
drones.
Enquanto isso, a DroneVision, de Taiwan, usa uma arma antidrone, que se
parece com um rifle com dois canos grandes ligado a uma mochila, que
bloqueia os sinais de GPS dos drones e a transmissão de vídeo, forçando
as máquinas a voltarem para o ponto de partida.
Os clientes, afirmam as empresas de combate a drones, incluem desde
agências de inteligência a redes de hoteis. A DroneVision, por exemplo,
afirma que ajudou a polícia local a derrubar 40 drones que voavam ao
redor do Taipei 101, um dos mais altos edifícios do mundo e um ímã para
usuários de drones, em um único dia.
No Oriente Médio, hoteis de luxo estão conversando com pelo menos duas
empresas sobre bloqueio de drones que tentam obter imagens de
celebridades nas piscinas ou na privacidade de seus quartos.