Smartphone - Face ID do iPhone X: hacker consegue enganar tecnologia com máscara
Método surpreende pela facilidade, mas não deve ser usado para atingir à maioria dos usuários.
“O Face ID não é tão seguro quanto a Apple
anunciou”. Foi com essas palavras que um hacker da empresa Bkav
terminou uma apresentação sobre como burlar o sistema de desbloqueio do iPhone X utilizando
apenas uma máscara. A companhia de segurança digital com base no Vietnã
explicou, na última semana, os detalhes de como conseguiu enganar o
reconhecimento facial do smartphone.
Durante o lançamento do iPhone X,
em setembro, o Face ID foi apresentado como uma das principais
inovações do aparelho. O novo recurso usa um conjunto de sensores
infravermelho e a câmera frontal com tecnologia TrueDepth e a fabricante
garante que a tecnologia é mais segura do que a identificação
biométrica, que utiliza as digitais. Apesar de conseguir burlar o
reconhecimento facial do telefefone, vale ressaltar que o método
utilizado pela Bkav ainda não teve sua eficácia comprovada por outras
empresas de segurança digital.
A aparente facilidade com que o hacker da Bkav consegue acesso ao
smartphone chama atenção. Para isso, ele utiliza uma máscara custa que
imita o rosto cadastrado no iPhone X e custa cerca de US$ 150 (pouco
menos de R$ 500). O disfarce é construída por uma impressora 3D e passa
por alguns retoques posteriormente utilizando uma mistura de silicone,
papel e maquiagem. É preciso apenas que a parte frontal da face, que
reúne os olhos, nariz e boca, esteja perfeita. Nem mesmo as bochechas
recebem o tom de pele.
Ao ser posicionada de frente ao iPhone X, a máscara desbloqueia o
aparelho de forma instantânea, como se fosse o dono dispositivo. No
teste, o funcionário da Bkav posiciona a câmera em frente ao seu próprio
rosto para desbloquear o smartphone, comprovando que a máscara utiliza o
molde de sua face.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2017/D/H/m41uzdRCKLva3xYW0pWA/faceid.png)
Detalhes da máscara utilizada para burlar o Face ID (Foto: Divulgação/Bkav)
Apesar da aparente facilidade, a Bkav diz que este método não deve ser
usado para atingir grande parte dos usuários. Como é preciso ter uma
captura detalhada do rosto do dono do aparelho, a empresa acredita que
os alvos em potencial são usuários que lidam com informações sensíveis,
como políticos ou donos de grandes empresas.
De acordo com a Apple, as chances de erro do Face ID são de uma em 1
milhão. Ou seja, a tecnologia se mostra mais eficiente que o Touch ID,
que possui risco de falhas bem maior: uma a cada 50 mil tentativas.
Apesar disso, o recurso pode deixar a desejar
caso o usuário não esteja prestando atenção ao smartphone, mas é capaz
de funcionar à noite ou se a pessoa estiver usando algum tipo de
acessório.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2017/h/9/LHBt8CQ7S5WfBRLOE9lA/iphone-x-02-credito-thassius-veloso.jpg)
Face ID sendo configurada nos ajustes (Foto: Thássius Veloso/TechTudo) (Foto: Thássius Veloso)
Além disso, testes mostram que irmãos gêmeos com rostos idênticos, por exemplo, conseguem desbloquear o mesmo aparelho. Outro detalhe é que o Face ID não é indicado para crianças. Nestas situações, a recomendação é usar o a senha alfanumérica.
O Face ID tem funcionamento bastante complexo.
O recurso utiliza um sensor infravermelho para iluminação e um projetor
de pontos para criar um mapa da face em profundidade e em duas
dimensões. A câmera frontal com tecnologia TrueDepht faz o
reconhecimento e graças ao processador A11 Bionic, o desbloqueio é feito
quase de forma instantânea.
Além do novo processador 70% mais rápido do que o do iPhone 7, o iPhone X traz configuração poderosa. O smartphone vem com tela de 5,8’’ Super Retina com resolução de 2436 x 1125 pixels, câmera dupla de 12 megapixels e opção com até 256 GB de armazenamento. No Brasil, o modelo já tem preço definido, podendo custar até R$ 7.799. De acordo com a Apple, o telefone deve estar disponível para compra até o final de 2017.